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ENSAIO 66: NUM VA GOLDUM

Atualizado: há 3 dias



Se você está aqui pela primeira vez este ensaio faz parte de um livro sendo escrito em tempo real seguindo a narrativa do fluxo de consciência, se te interessar acompanhar o processo comece pelo primeiro.



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20/11/2024


NUM VA GOLDUM


Você não pode mudar o seu passado, mas ver o seu passado com outros olhos pode mudar você.


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O Quadrado de Sator oferece mais opções que o stand-off do Zugzwang, mas isto não ajuda muito também.


Desenvolvido durante o período do Império Romano e ainda um mistério sem solução, pesquisadores não descobriram o seu total significado e as múltiplas interpretações de seus palíndromos em latim, que se apresentam da seguinte forma:


R O T A S

O P E R A

T E N E T

A R E P O

S A T O R


S A T O R

A R E P O

T E N E T

O P E R A

R O T A S


Não importa na ordem e sentido de leitura, vertical ou horizontal, esquerda para direita ou o inverso, de cima para baixo ou o inverso, as palavras sempre se repetem, a saber:


Rotas = Rodar

Sator = Jardineiro

Opera = Trabalho

Tenet = Ter


A palavra Arepo é desconhecida.



Entre as diversas teorias, alguns acreditam ser algo satânico ou até mesmo cristão como um exorcismo, mas também pode ser apenas uma brincadeira ou um poema em formato esquemático homenageando os agricultores, profissão tão essencial na época: Rotas, Sator, Opera e claro, Tenet, nome do pior melhor filme de todos os tempos, ou o melhor pior filme de todos os tempos se você inverter.


Tenet na verdade é um filmão e a parte mais divertida é justamente não levar a sério a história de um filme de ação parodiando de forma tão inteligente filmes de espionagem e ficção científica; a desculpa perfeita para tentar impressionar quem não quer ser impressionado.


Durante o filme você tem a sensação de que em algum momento um dos personagens vai olhar para a tela e te perguntar "entendeu ou quer que eu desenhe?".


Mas não dá para entender Tenet nem desenhando, nem de trás para frente, até mesmo porque se fizer isto fica Tenet também.


Uma mistura de Inception no mundo invertido da série Stranger Things ou um 007 Blaxploitation onde o chefe é basicamente o Mestre dos Magos da Caverna do Dragão.


Se a série Dark precisa de um tutorial explicando o vai-e-vem de alemão perdido numa Oktoberfest de LSD, no filme Tenet os personagens explicam o tempo todo a ação e no fim nem mesmo eles entenderam.


É como se aquele seu amigo defensor de Florais de Bach e chama doença de entropia (não está errado, mas...) puxasse papo com o seu outro amigo astrólogo e virologista de redes sociais chamando vírus de castigo da natureza (olha, faz sentido, mas...), se você tentar prestar atenção nunca tem fim mas se você apenas pegar a pipoca vai se divertir bastante. Bem executado como toda obra do Christopher Nolan e bem enrolado para parecer sério... como toda obra do Christopher Nolan.


E ainda rola um Jiu Jitsu invertido nas cenas de ação, literalmente o sonho de qualquer um que já tenha desmaiado ou soltado um gritinho ou peido no tatame.


Gostei principalmente da corrida de carros ao contrário porque me lembrou aquela cena da perseguição do Matrix Reload e me fez pensar se a trilogia Matrix não teria sido melhor com a tecnologia do Tenet, assim você pelo menos teria a oportunidade de escolher entre redpill, bluepill e tenetpill, inverter e recuperar o tempo perdido, não por acaso Matrix foi provavelmente o primeiro filme da geração entende-tudo/sabe-nada da história.



Poderia se chamar ARARA*, porque o filme é basicamente um falatório sem sentido intercalado com sustos, igual uma arara de boteco de estrada ou Palíndromoception, um Arrival com tiroteiro, um Exterminador do Futuro com vários I´ll Be Back ou um Amnésia sem restrição de orçamento,


Ou uma sobra das cenas de algum Missão Impossível, ou um festival de vários curtas-metragens sensacionais, aqui não tem nonsense, é falta de noção mesmo.


É o velho problema de ter dinheiro demais para gastar e ninguém para puxar a sua orelha. Pode contar o filme inteiro para qualquer pessoa com spoilers e tudo ok, ela vai te contar o mesmo filme depois e vai parecer de trás para frente na sua cabeça.



Mas na verdade eu enrolei só para contar que sim, é fácil entender a história, mas escrita com o propósito de induzir você a pensar que é um filme difícil e se sentir inteligente porque entendeu.


Todo mundo só se preocupa com o personagem principal chamado apenas TP, o pretensioso The Protagonist, mas ninguém se importa com aquele infeliz, o SN, morrendo (in)justamente quando a explosão é invertida e ele vai parar dentro de uma parede de concreto durante a divertidíssima e confusa batalha no final do filme (ou começo?).


No filme tem um vilão malvadão, Sator, e ele tem um algoritmo capaz de destruir a humanidade, e ele o fará se a Organização Tenet não o impedir, usando a tecnologia da inversão do tempo.


Muito lero-lero** argumentativo e cenas de ação sensacionais depois chega o momento da grande batalha final quando O Protagonista invade este velho lugar onde arqui-inimigo Sator cresceu e planeja executar O Algoritmo e trazer o fim do mundo, mas os tenentes tenetianos estão motivados para impedir e foram divididos em dois times, azul e vermelho.


Os soldados vermelhos estão viajando para frente no tempo, os soldados azuis são exatamente os mesmos soldados 10 minutos no futuro viajando para trás no tempo, ambos lutando contra uma cidade fechada onde O Algoritmo está armazenado e impedir a sua detonação.


O plano é definir um cronômetro, a equipe vermelha detona uma bomba na metade inferior do prédio na exata marca de cinco minutos enquanto a equipe azul faz o mesmo no topo do prédio contando para trás de dez minutos até o exato mesmo momento.


Quando a bomba explodir, o uso do algoritmo deverá parar.



Enquanto eles atacam, vemos O Protagonista usar alguém com uma corda vermelha na mochila como escudo humano e depois de usar essa pessoa, ele é capaz de roubar O Algoritmo para que ele não possa ser ligado para destruir o mundo.


Mais tarde, vemos o fio vermelho na mochila de Neil, quando ele revela ter sido recrutado pelo Protagonista no futuro, o chefe da Tenet; e será a pessoa que não só recruta Neil, mas também se recruta nessa missão.


Neil é simultaneamente o cara que morre na batalha final, vivo no presente, e quem salva O Protagonista no passado durante o ataque à ópera no início do filme (ou final?).


Legal, mas ninguém fala nada sobre o SN, quando o Neil olha para trás e vê ele sendo concretado inadvertidamente e invertidamente em frações de segundo.


Que morte horrível, imagina a frase na lápide desse cara:


"Aqui jaz o soldado que faleceu naquela explosão que não aconteceu."


O coitado do SN, o azarado Sem Nome, tão azarado que apenas eu mesmo chamo ele assim pois o coitado sequer tem uma sigla para chamar de sua ou é chamado de alguma coisa, não tem nem mesmo o nome do ator nos créditos finais.



Tenet é bom justamente porque não é, e gastar milhões deveria ser um bom motivo para tentar fazer um filme um pouco mais resistente ao teste do tempo, sem precisar inverter.


E tudo por causa de um algoritmo que em mãos erradas vai destruir a humanidade, talvez o nome do filme deveria ser Tik Tok.


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Alguns dias atrás fiquei sabendo que um estúdio pretende refilmar o agora clássico "The Blairwitch Project", febre entre a galera na virada do século passado, e então a minha ficha caiu: você está velho quando um estúdio de cinema decide refilmar um filme que você viu no cinema quando foi lançado e não ajuda em nada eu citar "virada do século passado" e "a ficha caiu" na mesma frase, duas vezes.


Você também está velho quando começa a usar gírias de uma geração posterior à sua tentando ser jovem e continua usando quando a geração muda e a gíria envelhece novamente, e você fica automaticamente duas vezes mais velho.


Por exemplo, o Cringe nasceu praticamente junto com o Grunge e morreu com o surgimento e sucesso do Coldplay, depois do Coldplay tudo passível de ser chamado de cringe perdeu o sentido, não interessa se você dançou no show do Prodigy em 1999 e em 2024 e que no seu tempo era melhor (expressão típica de velho, aliás).


Mas era de fato (insistir também é coisa de velho), e uma das alegrias de ter nascido no interior e ter vivido a era do VHS na virada dos anos 80 para os 90 é que, naquele tempo, filmes eram apenas filmes.


Você entrava na videolocadora e existiam somente filmes novos em uma prateleira e nas outras os filmes separados por gênero.


E aquele cantinho separado dos filmes pornôs.


Não interessava a nacionalidade, país, continente ou regime político, drama era drama, terror era terror, ação era ação, romance era romance e pornô era pornô, em todas as línguas pois sexo e putaria são linguagens universais.


Muitos anos depois já morando em Florianópolis em pleno império do DVD passaram a existir dois novos gêneros: o cantinho dos filmes estrangeiros e o cantinho dos filmes nacionais.


Como se de repente todos nós agora fossemos norte-americanos e o Tom Cruise paulista ou Brasil e EUA um único país e a locadora inteira só tinha filmes norte-americanos de toneladas, 120 cópias de cada Missão Impossível, outras 120 cópias de Harry Potter e mais umas 40 cópias de algum filme de múmia parte dois e lá, escondidos, renegados e na parte menos iluminada da loja os filmes "estrangeiros" em uma prateleira e os filmes "nacionais" em outra.


E frequentar estes lugares passou a ser tão mal visto quanto se aventurar no cantinho dos pornôs.


Como todo mundo sabe as locadoras morreram por causa dos serviços de TV à cabo e antenas de longo alcance e então você podia ver filmes sem precisar sair de casa e aí logo depois veio a era dos torrents, o Império Romano que nunca morreu, o hash de mil anos que nunca cairá e que até hoje todos nós temos acesso fácil, rápido e gratuito a filmes nunca antes disponíveis no Brasil nem mesmo nos cinemas.


Mas como a preguiça é mãe da ignorância e ambas se retroalimentam (e as empresas sabem disto) logo surgiram os serviços de streaming personalizados, o asilo dos preguiçosos.


Tradução: eles empurram o que eles querem que você assista, você finge escolher e ainda fazem você se sentir especial por isso.


E como escolhe sem hora para fechar, a locadora de stream na tela do seu computador está sempre disponível e você fica em média uma hora escolhendo, assiste em média meia hora de um filme e vai dormir inteiramente cansado.


E aí chegamos no filme "Um Instante de Inocência" (Nun va Goldum no original e "A Moment of Innocence" nos Estados Unidos, mas também chamado de "Bread and Flower", "Bread and Flower Pot" ou "The Bread and the Vase", traduções literais do nome original) de 1996, do diretor iraniano Moshem Makhmalbaf, uma história real e o meu filme favorito da vida.


A capa me chamou a atenção (uma mulher iraniana e duas mãos de lados opostos na sua frente, uma segurando um vaso de flores e a outra um pão) na seção de filmes de suspense, perdida e rodeada de capas de filmes de Hollywood e o roteiro do próprio filme acabou se tornando sem querer a conclusão da história praticamente em tempo real, um momento ridiculamente simples onde a perspectiva se inverte fazendo dele provavelmente o primeiro e único caso de filme 5 em 1 do planeta: drama, suspense, romance, documentário e making of, onde a reencenação do passado de ambos, diretor e ator, do presente e da história acontecem ao mesmo tempo misturando realidade e ficção.



O filme é o making of do filme e o making of do filme é a reviravolta do enredo, exatamente na cena escolhida como poster de divulgação na época e então capa do VHS e DVD anos depois.


No meu filme favorito da vida ninguém tem nome e apenas cinco personagens, o diretor, o policial, o jovem diretor, o jovem policial e a jovem mulher, um relato semiautobiográfico da experiência de Makhmalbaf quando era um adolescente de dezessete anos e esfaqueou um policial durante um protesto e preso logo em seguida.


Duas décadas depois Moshem se tornou diretor de cinema e tomou a decisão de reencontrar o policial agora aposentado em uma tentativa de fazer as pazes, e acaba por provar porque simplesmente duas pessoas tão diferentes jamais conseguiriam recriar uma única realidade; e tudo vai bem até o momento de encenar o atentado: um então jovem policial decide entregar uma flor para uma mulher e quase no mesmo segundo um jovem rebelde decide esfaqueá-lo.


Mas o policial real está atrás das câmeras, acompanha a cena e percebe que... O nome Um Instante de Inocência, além de cafona, não traduz nem reflete de fato o significado deste momento.


Caso você não saiba, cafone é o cringe raiz.


Uma vez pesquisando sobre achei uma resenha maravilhosa e análise incrível no site The Film Sufi com um mapeamento dos perfis psicológicos dos personagens e das perspectivas criadas, e no melhor momento do texto o escritor Martin Purvis prova que, tão ou mais importante quanto a visão dos personagens, é a perspectiva do observador; tornando em sua visão um filme onde a percepção de quem assiste é parte determinante dos rumos da história.


Afinal não só a perspectiva mas o protagonismo também muda bruscamente; um personagem que antes achava estar livre se vê preso em uma descoberta abrupta, e então se liberta novamente.


Você não pode mudar o seu passado, mas ver o seu passado com outros olhos pode mudar você.


Anos antes deste filme Moshem Makhmalbaf interpretou a si mesmo em outro filme-documentário, "Close Up", e baseado em outra história real quando um fã (interpretando a si mesmo também) fingiu ser o diretor para... e então eles..., eu chamaria de Filme-me se for Capaz, aliás neste caso dirigido pelo também iraniano e também sensacional diretor Abbas Kiarostami, aquele do Gosto de Cereja.


O cinema iraniano tem um lugar especial no coração de qualquer pessoa apaixonada por cinema (eu chamo de cinema argentino do oriente médio) e já perdi a conta de quantos filmes americanos (inclusive ganhadores de Oscar) roubaram ideias, enredos, e até roteiros inteiros sem creditar os filmes originais iranianos.


É aquela coisa, você pode não se interessar e não assistir mas aqueles que você assiste, assistem.


Brian De Palma, Martin Scorcese e Steven Spielberg (para citar apenas três) prestam muita atenção no cinema iraniano, um cinema pobre de recursos mas rico em alegorias, metáforas e principalmente, o realismo fantástico das histórias reais de pessoas reais.


Nun va Goldum é a história reescrita sobre uma história impossível de ser reescrita, é um filme dentro do filme, uma viagem no tempo sem máquina do tempo, um 12 Macacos sem poder de interferir, um Interestellar de baixo orçamento, um Exterminador do Futuro sem extermínio, um Tenet sem inversão do tempo ou uma série Dark onde ninguém transa com a mãe de ninguém, escrito, atuado e dirigido por pessoas cujas experiências de vida atingiram um novo significado e quem assistir se torna automaticamente testemunha.



Não há algoritmos para destruir nem impedir, é apenas um filme como nos tempos em que filmes eram apenas filmes na locadora do bairro da cidade, mas podia ser a vida real.


Mas espera, é a vida real, mas podia ser um filme.

Mas espera, é um filme.


Drama.

Suspense.

Romance.

Documentário.

Making of.


A vida como ela é, um olhar para um passado claro como o dia que repentinamente escurece como uma névoa e mais rápido ainda se torna claro novamente, um espinho não percebido que demorou décadas para ser removido, um palíndromo emocional.



E por falar em antes e depois, sabia que a falta deste e o excesso de caranguejos são os grandes males do Brasil?

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* Não sei se você entendeu, mas ARARA de trás para frente é ARARA também.

** E lero-lero de trás para frente não é nada.


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Cápsulas falhas do tempo.


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A histeria das redes sociais da semana é brigar para defender uma PEC e garantir o fim da escala 6X1 e mudar de 44 para 36 horas trabalhadas em quatro dias de trabalho e três de descanso, mantendo o mesmo salário.


Em resumo, a ideia é ter um segundou, daí um terçou ou quartou, pula para um quintou, daí sextou, aí vem dois sabadous, um domingou e recomeça.


Fazendo outra continha o Brasil hoje tem 216 milhões de habitantes, destes 55 milhões recebem bolsa-família, 53 milhões são crianças e adolescentes, 39 milhões são aposentados e pensionistas, 12 milhões são servidores públicos, 14 milhões vivem em completa miséria e 43 milhões são empresários, empreendedores e trabalhadores em sejam lá quais forem as escalas.


Acabaram de criar o trabalho homeopático mas por enquanto precisamos abolir a escada 1X4, onde para cada brasileiro trabalhando, quatro gastam.


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Enquanto o povo se mata no analfabetismo funcional em comentários online e derrapando na matemática básica falha do populismo em Brasília os juízes não perderam tempo, decidiram dar para si mesmos uma folga para cada três dias de trabalho, totalizando assim 120 dias de folga por ano, além dos já garantidos 60 dias de férias, além dos também garantidíssimos 30 dias de recesso judiciário todos os anos, no verão.


Quem não quiser folgar pode receber os dias em dinheiro, acima do teto salarial da categoria e livre de impostos.


Anotando no papel para não esquecer: dos 365 dias do ano, os juízes brasileiros trabalharão apenas 155 dias.


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Em São Paulo os vereadores da câmara municipal no auge da eficiência decidiram dar para si mesmos 37% de aumento de salário, em uma votação simbólica no tempo recorde de 29 segundos, e quem votou contra ou se absteve vai receber também senão vira bagunça.


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A inflação acumulada deste ano está subindo igual foguete do Elon Musk e o aumento da tangerina ficou em 47,34%, sim, você está pagando até quase 50% a mais nas suas compras que no verão passado, sem pandemia, nem guerra, nem calamidade pública para justificar.


Mas ao contrário do foguete, depois que sobe não volta nem de ré.


Você vai lembrar de 2025 como o seu pai lembra da década de 80.


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Um pouco eficiente homem de 59 anos chamado Francisco Wanderley Luiz, nascido em Rio do Sul em Santa Catarina e conhecido como Tio França, foi até o pátio do Supremo Tribunal Federal em Brasília e jogou bombas de fogos de artifício em direção à marquise da corte e, na sequência, colocou outra bomba no chão e se deitou ao lado até a explosão, morrendo no local.


Há suspeitas de que segundos antes de deitar ele tenha sido atingido por tiros de um dos vigias do local.


No mesmo momento um outros artefatos explodiram dentro do seu carro no estacionamento da Câmara dos Deputados, que apenas pegou fogo e não feriu ninguém.


Estranho um país onde até na hora de cometer um atentado o brasileiro parece estar festando.


De certeza apenas sabemos que ele não é rico, se fosse jogaria tangerinas.


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No outro lado do Atlântico as eficientes tias Suécia e Finlândia também estão, com o perdão do péssimo trocadilho, em polvorosa.


O governo da Suécia começou a enviar panfletos aos seus cidadãos pedindo que se preparem para a possibilidade de uma guerra, enquanto a Finlândia lançou um site listando conselhos úteis em caso de conflitos, incluindo comprar e manter estoque de itens de primeira necessidade como água e comida, além de lanternas e artigos de primeiros socorros.


Tamo que tamo, vamo que vamo.


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