ENSAIO 87: TAUMATRÓPIO
- LFMontag
- 6 de out.
- 27 min de leitura

Foto: Montag
Se você está aqui pela primeira vez este ensaio faz parte de um livro sendo escrito em tempo real seguindo a narrativa do fluxo de consciência, se te interessar acompanhar o processo comece pelo primeiro.
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06/10/2055
TAUMATRÓPIO
Precisamos falar sobre sabão de novo, e tanques de guerra de novo, a gratidão de novo, a empatia de novo e traumas de infância de novo, mas também sobre embalagens de alumínio, o poder da mentira e o dia mais triste da história da humanidade.
Mas também sobre lobos e ursos.
E pombos.
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O hexagrama é uma estrela de seis pontas a partir da sobreposição de dois triângulos equiláteros entrelaçados e representa a união das forças polares, sendo o triângulo para cima atribuído ao espiritual, o fogo, o masculino, o céu e o triângulo para baixo representa o material, a água, o feminino, a terra
Assim, o hexagrama representa o macrocosmo e os triângulos simbolizam a união dos opostos, de cima e de baixo, espírito e matéria, o mundo visível e o mundo invisível.
Na alquimia os pontos e o centro do hexagrama são atribuídos aos 7 metais alquímicos, ou seja, chumbo, estanho, cobre, prata, mercúrio, ferro e ouro; e na astrologia, as pontas e o centro do hexagrama simbolizam os sete planetas antigos Saturno, Júpiter, Vênus, Lua, Mercúrio, Marte e Sol.
A Estrela de Davi judaica herdou esse mesmo traço geométrico mas adotando um significado específico unidade, identidade e proteção a partir da Cabala ("o senhor é nosso deus, o senhor é um") e este mesmo símbolo também encontra lugar no hermetismo ("que está em cima é como o que está embaixo"), no cristianismo (“assim na terra como no céu”), ambos traduzindo visualmente a harmonia entre planos diferentes da existência.
E, durante a segunda guerra, como símbolo de estigma.
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Um taumatrópio (do grego thauma (“maravilha”) e tropos (“giro”) ou “maravilha giratória”) é um brinquedo óptico capaz de ludibriar a mente e ao mesmo tempo demonstrar a persistência da visão, quando uma imagem permanece retida na retina por uma fração de segundo ou a capacidade do olho de manter uma imagem registrada por um breve instante mesmo depois de ela ter desaparecido.
O taumatrópio foi inventado em 1824 por Peter Mark Roget em um artigo à Royal Society de Londres onde abordava e discutia uma certa sensação ilusória de se enxergar uma roda de carruagem rodar ao contrário durante seu movimento normal de rotação e os modelos mais simples do brinquedo consistem em um disco de papelão com uma imagem em cada lado e preso a dois pedaços de barbante; quando as cordas são torcidas rapidamente entre os dedos as imagens dos dois lados parecem se combinar em apenas uma, graças aos princípios da persistência da visão.
Por exemplo, se for desenhado num lado do disco uma gaiola e no outro um passarinho, ao rodar o fio esticado as duas imagens fundem-se dando a impressão de que o pássaro está dentro da gaiola, ou as flores de um lado aparecem dentro do vaso de outro e assim por diante.
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Se existe um animal que pode ensinar algo para nós, é o lobo.
Várias lições aliás.
Lobos brincam o tempo todo, quando não estão brincando estão caçando, quando não estão caçando estão comendo e quando não estão comendo estão dormindo e então acordam e vão brincar de novo, e quando sobra um tempinho resolvem todos os desentendimentos e fofocas na base do uivo, e aí fazem lobinhos e o ciclo recomeça.
A brincadeira favorita deles obviamente é o clássico pega-pega/esconde-esconde, um hábito diário desde as primeiras semanas de vida até a velhice porque é um treinamento constante para caçar, daí comer, dormir, acordar, uivar de barriga cheia e impressionar as lobas do pedaço.
Uma das melhores notícias dos últimos anos é que populações de lobos estão crescendo com certa regularidade e linearidade em várias regiões do planeta, um ótimo sinal de recuperação da vida selvagem e da importância dos predadores do topo da cadeia alimentar na preservação de ecossistemas; lobos são resilientes, insistentes, resistentes e nas horas vagas impertinentes, não à toa com o tempo se tornaram nossos melhores amigos e, ao contrário do senso comum, nos domesticaram.
Não são tão domésticos quanto os cães mas também não tão malandros quanto os ursos, esses mendigos gigantes, uma cena típica em muitas cidades suburbanas nos Estados Unidos, revirando lixo das casas e lambendo sacos de Doritos e restos de mac and cheese, possivelmente chapados.
O trecho inicial Dawn of Man do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço, do diretor Stanley Kubrick, mostra a vida rudimentar de um grupo de hominídeos pré-históricos, disputando território e comida com outros animais e outra tribo, e ainda ameaçados por predadores; mas um dia surge silenciosamente um monolito negro próximo ao local onde dormem e o contato provoca uma mudança cognitiva: um dos hominídeos descobre que pode usar ossos como ferramentas e armas e então passam a caçar com mais eficiência e expulsam a tribo rival.
O segmento termina com o líder comemorando e jogando um osso para o alto e, num dos ângulos e saltos narrativos mais geniais da história do cinema, a cena corta para uma nave espacial, simbolizando um salto de milhões de anos de evolução tecnológica.
Existem muitas dúvidas sobre a alvorada da nossa espécie, o despertar que nos fez chegar até aqui, mas entre o que sabemos e imaginamos em algum momento o Homo sapiens decidiu ficar em pé e passou a ter uma visão mais ampla do ambiente, a sentir novos cheiros e a direção de onde e para onde o olfato guiava, e passou a migrar.
Novos horizontes, o nascimento da perspectiva, o surgimento da variação alimentar, a perda do medo dos raios e trovões e a percepção das estações mudando.
Mas ainda assim não explica os saltos evolutivos da espécie e aqui entra a Stoned Ape Theory ou, mais precisamente, cogumelos.
Consta que muito provavelmente o efeito psicodélico dos cogumelos fez a nossa espécie ter um aumento repentino das sinapses mentais e o impulso criativo nos fez perceber e admirar a beleza e utilidade do fogo e, muito provavelmente, permitiu observar melhor as formas das coisas e, possivelmente, inventar a roda.
E não menos importante, desenvolvemos a abstração mental e o senso colaborativo, além do efeito de euforia coletivo, e então desenvolvemos a linguagem, a música, e a matemática.
Inventamos até um deus para culpar.
Mas não só isso, existe também a possibilidade, claramente observável, de que outros mamíferos bípedes superiores estejam passando pelo mesmo processo como os macacos, chipanzés e, principalmente, os ursos.
Ursos já foram vistos usando pedras como ferramentas, comendo combinações de alimentos (como mel e castanhas, ou insetos e frutas), olhando o horizonte de manhã ou de tarde em posturas reflexivas sem se mexer, se aproximando de acampamentos apenas para ficar aparentemente perto da fogueira e é notório o interesse deles em ficar doidões de cogumelos.
E se os ursos descobrirem o fogo não sabemos o resultado, eles podem se rebelar, assumir o protagonismo evolutivo ou apenas contar boas histórias ao redor da fogueira com o ouriço de Hedgehog in the Fog ou apenas curtir com os humanos como no conto Bears Discover Fire, de Terry Bisson.
E, quem sabe, assar pinhões e marshmellows.
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Os morality plays eram peças teatrais didáticas muito populares na Idade Média, especialmente na Inglaterra entre os séculos XIV e XVI e tinham como objetivo transmitir lições religiosas e morais ao público, usando personagens alegóricos representando virtudes (como caridade, fé e esperança) e vícios (como luxúria, preguiça e avareza).
O enredo geralmente mostrava a luta de uma figura central — muitas vezes chamada de “Everyman” (todo homem) — contra as tentações mundanas, com a mensagem clara de que apenas a fé e a vida virtuosa levariam à salvação da alma, uma forma de catequese popular em uma época em que a maioria da população era analfabeta.
Já as cautionary tales eram narrativas mais curtas, muitas vezes orais, e serviam como advertências contra comportamentos perigosos ou pecaminosos e, diferentes dos morality plays, de estrutura teatral elaborada, funcionavam mais como exemplos simples e diretos, reforçando a ideia de que quem se afastava das normas religiosas e sociais sofreria consequências severas — muitas vezes sobrenaturais ou trágicas.
Eram usadas para ensinar obediência, disciplina e devoção, transmitindo valores coletivos e controlando comportamentos dentro da comunidade medieval.
Ambas as tradições se propagaram por todo o ocidente em certos níveis até os dias de hoje e absolutamente nenhuma das duas tinha efeito sobre mim, e olha que quando eu era criança nos anos 80 no interior do Paraná eu tinha inimigos imaginários bem claros: o velho do saco, o bicho papão, a mulher de branco, a Cuca, a bruxa do cemitério e... o alemão do sabão.
Todos de alguma forma e em algum momento iriam aparecer e eu teria de enfrentar eles, quando uma criança dos anos 80 aprontava além dos limites era isto que ela teria de lidar.
A minha vó falava o tempo todo: o velho do saco vai te levar embora, o bicho papão vai te comer, a mulher de branco vai puxar teu pé na cama de noite, a Cuca vai comer o teu cachorro, a bruxa do cemitério vem te buscar e... o alemão do sabão vai pegar você para fazer sabão com a gordura do teu corpo.
Com exceção da Cuca do Sítio do Pica-Pau Amarelo ninguém nunca sabe ou lembra de onde vem as outras lendas, sem nomes nem rostos definidos mas trazem apenas a certeza de que elas vão se confirmar se você não se comportar e depois de adulto perceber que nunca se tratou de educação, mas um ciclo vicioso cultural destinado a destruir a expressão e liberdade infantil e transformar as crianças em adultos obedientes e passivos.
Mas talvez a pior delas ainda seja uma lenda justamente baseada em uma história real, sustentada em uma mentira vendida como verdadeira e que selou o destino da humanidade no século passado e no atual, plantada dois anos antes do dia mais triste da nossa história.
Porque o velho do saco, o bicho papão, a mulher de branco, a Cuca, a bruxa do cemitério nunca em apavoravam, mas eu já sabia como se fazia sabão e eu já tinha visto o alemão do sabão, ou alguns deles e seus sacos com gordura animal: gordura de porco, de cavalo, de boi, e não raro, gatos e cachorros.
E eu não queria estar nessa mistura.
Mas cem a anos antes de mim França, Inglaterra e Rússia guerreavam constantemente entre si até todas encontrarem e escolherem um inimigo em comum: a expansão do Império Alemão.
Ou deixando mais claro, os governantes da França, Inglaterra e Rússia mandavam seus cidadãos guerrearem entre si até decidirem arrumar um novo inimigo para mandar seus cidadãos novamente guerrearem contra e assim resumido de forma simplória se deu a Primeira Guerra Mundial, uma briga de primos forjada por casamentos arranjados e tendo como resultado 20 milhões de mortos.
E esta era a guerra que, segundo a crença e lenda propagada pelos mesmos governantes, colocaria fim em todas as guerras.
Somente duas coisas convencem um homem a sair de casa na direção de uma guerra: a crença de estar lutando por um bem maior ou a crença de estar indo combater um grande mal.
O estado e as guerras só sobrevivem através de muita propaganda e muitos slogans alimentados pelo medo, ódio e irracionalidade para conseguir jogar homens para a morte por uma causa a qual eles não acreditam ou sequer sabem qual é, pessoas normais querem apenas seguir as suas vidas e nenhuma delas acorda naturalmente com vontade de matar outras pessoas de outro país.
Mas para garantir isso o governo britânico criou o War Propaganda Bureau (isso mesmo, escritório de propaganda da guerra), com a intenção de convencer os homens das cidades a atravessar o continente para matar outros homens.
E então forjou um relatório de nome Committee on Alleged German Outrages (isso mesmo, comitê de alegadas violações alemãs) com o objetivo teórico de denunciar as atrocidades cometidas pelo exército alemão, mais precisamente após o Massacre de Dinant na Bélgica, um país neutro no início da primeira guerra e com o povo orientado a não reagir e deixar o exército estrangeiro, não interessando de qual país fosse, passar.
No dia 23 de agosto de 1914 soldados do exército alemão alegando terem sido atacados por cidadãos belgas executaram e atiraram em civis, tocaram fogo nas casas invadindo e saqueando depósitos na cidade de Dinant. Não há provas de que civis belgas atacaram o exército alemão, pelo menos não de forma premeditada e organizada.
O governo britânico aproveitou esta data e nos anos seguintes passou a divulgar em todo o Reino Unido (através do relatório e também panfletos, cartazes e matérias nos jornais), que o exército alemão não só executava civis, saqueava casas e ateava fogo nas vilas mas também mutilava velhos, mulheres, crianças e bebês, penduravam corpos, crucificavam soldados vivos e promoviam estupros coletivos com as mulheres estrangeiras (cunhando o episódio como Rape of Belgium) e claro, sequestravam e arrastavam pessoas para uma suposta Kadaververwertungsanstalt (Fábrica Alemã de Cadáveres, ou Fábrica de Utilização de Carcaças, ou ainda Fábrica de Sebo), onde corpos humanos (preferencialmente crianças) eram jogados e sua gordura usada para produzir nitroglicerina, velas, lubrificantes, sabão e até cera de sapato.
Cartazes e panfletos com desenhos de mulheres sendo arrastadas, mãos gigantes com brasão do império alemão aludindo ao sufocamento de um corpo feminino, relatos, dramatizações e desenhos de mutilações de freiras e estupros coletivos, vilas pegando fogo, soldados pendurados, crianças em pânico e claro, todos os cartazes e panfletos pedindo alistamento e doações em dinheiro para livrar o mundo da suposta grande selvageria que ameaçava a paz na Europa.
Nunca houve uma única comprovação de que isso realmente aconteceu, fossem provas documentais ou testemunhas vivas confiáveis. Mesmo assim o falso relatório com mais de 300 páginas foi impresso e divulgado até mesmo nos Estados Unidos e traduzido em outras línguas para influenciar os países neutros na Europa.
Em resposta o governo alemão também divulgou um relatório em boa parte também falso colocando os belgas como os verdadeiros selvagens e também relatando atrocidades falsas para justificar os assassinatos de civis ao longo da guerra.
E qual a motivação do governo britânico? Uma dívida bancária causada pela produção de 400 tanques de guerra cuja utilidade ou necessidade nunca havia sido comprovada antes e cujos custos naturalmente não agradaram a população. Em outras palavras, foi necessário aumentar a guerra através do ato de desumanizar outro povo para incitar a população e poder justificar os custos da guerra.
De fato, Hitler pesquisou com afinco a fábrica britânica de direcionamento de massa e mentiras e boatos usada contra o povo alemão para aplicar o mesmos métodos em sua propaganda não só para vender o próprio personagem como redentor da Alemanha mas também para justificar a sua campanha de desumanização contra os judeus e a guerra irrestrita e total contra os outros países.
E então, no dia 15 de Setembro de 1916, o dia mais triste da história da humanidade, o primeiro tanque de guerra estreava na Batalha de Somme no interior da França e por uma dessas coincidências escabrosas do destino Adolf Hitler lutou nesta mesma batalha, sendo ferido na perna no dia 07 de Outubro de 1916, hospitalizado e afastado e então retornando para o combate em março de 1917.
Dos cerca de 50 tanques usados pouco mais de uma dezena voltou em condições de uso, carroças metalizadas de 28 toneladas cada, se mostrando ineficientes, caros e mais perigosos para quem operava que para o exército inimigo.
Mas sem problemas para o governo e a indústria bélica cuja imprensa comprada e comprometida com a mentira divulgou a batalha como um sucesso e pedindo mais e mais dinheiro e doações para construir mais e mais tanques e mandar mais e mais homens para o inferno dos campos de batalha.
Ao longo do Reino Unido graças a propaganda e popularidade das manchetes nos jornais as cidades começaram a competir em campanhas de arrecadação para construir mais tanques de guerra e cobrir os seus custos de produção e Glasgow, na Escócia (local de uma das maiores fábricas de armamentos do Reino Unido), foi a que mais arrecadou.
Mesmo assim o dinheiro dos impostos e das doações diretas não foram o suficiente e os governos continuaram emprestando dos bancos que continuaram financiando mais tanques que precisavam de novas batalhas para poder serem usados com a justificativa de arrecadar mais impostos do povo para poder pagar os custos que cresciam cada vez mais, que precisavam de novos discursos, novas leis, novas campanhas, novas propagandas, novas mentiras, novas batalhas e novos empréstimos para se perpetuar.
Seis meses depois tecelãs russas saíram em protesto pelas ruas junto com operários das fábricas por melhores condições de trabalho no dia 23 de Fevereiro de 1917 (ou 08 de Março de 1917 como já comentamos), dando início a Revolução Russa.
Quando a opinião pública começou a se virar contra o governo britânico bastou uma nova campanha, agora nos Estados Unidos (Remember Belgium), para relembrar os estupros e mutilações que nunca aconteceram, com imagens de mulheres sendo arrastadas para a penumbra por soldados alemães e narrativas de terror romanceado no estilo "na calada da noite eles aparecem" e tudo voltava aos moldes de antes: histeria, pânico, irracionalidade, mais tanques vendidos e mais homens mortos.
E claro, pedindo mais dinheiro na campanha Buy Bonds Forth Liberty Loan (isso mesmo, compre títulos de empréstimo da liberdade, leia sem ironia).
E desnecessário falar mas obrigatório registrar o quanto o projeto de dominação britânico (e sua relação com os bancos comandados por judeus milionários) foi a principal motivação para o surgimento e então popularidade do nazismo, uma ideologia originada e alimentada pelo rancor e revanche nos escombros da primeira guerra e do Tratado de Versalhes e por fim direcionada para judeus pobres.
Hitler tinha um ódio especial pela Família Rothschild, família inclusive de origem germânica e conhecida por ter financiado ambos os lados das guerras napoleônicas e sim, financiado também os tanques britânicos da primeira guerra.
Triste e ironicamente muitas famílias judias poderosas dos dois lados do Oceano Atlântico apoiaram o regime nazista antes, durante e até depois da segunda guerra, provando existir um certo nível de poder onde o ser humano passa a ser indiferente com qualquer manifestação de vida a não ser a própria e de pessoas tão poderosas quanto.
É (ou deveria ser) de conhecimento de todos que fábricas, empresas e estúdios de cinema como IBM, Nestlé, Coca-Cola, Daimler-Benz, General Motors, Ford, Paramount, Columbia, MGM e até estilistas famosos como Coco Chanel e Hugo Boss sustentaram, trabalharam, defenderam, tiveram relações comerciais e se relacionaram diretamente com o nazismo antes, durante e depois da segunda guerra, muitas destas com judeus na presidência ou outros cargos de comando corroborando os ideais nazistas e fazendo uso até mesmo de mão de obra escrava dos campos de concentração.
E mais triste e irônico ainda, a máquina de ódio gerada pelo nazismo tornou real toda a lista de pesadelos propagada pelo governo britânico décadas antes e, embora não houvesse sido criada uma fábrica de ceras a partir de gordura humana a cena de milhares de cadáveres humanos empilhados nos campos de concentração é uma imagem suficiente e clara para provar também que sim, também existe um certo nível de ódio (somado ao poder) onde a indiferença pela vida alheia passa a ser a regra.
Mas cem anos atrás o os governos, os bancos e a indústria bélica descobriram como incutir a dose certa de medo nas pessoas e desta forma elas não só aceitariam qualquer ordem como também fariam propaganda gratuita, amedrontar mulheres e humilhar homens se tornou uma política não só duradoura mas também lucrativa.
O dia 15 de Setembro de 1916 é o dia mais triste da história da humanidade pois foi a prova de que quando não vigiamos os nossos governantes nós nos tornamos reféns deles para sempre, encerrava assim a era da esperança e começava a era dos políticos vendendo pesadelos para então se vender como salvadores.
A maneira mais fácil de calar a expressão de crianças ou adultos é condicioná-los à obediência através do medo, criando alegorias mentais apavorantes e castigos direcionados com o objetivo de gerar trauma pela imaginação da concretização do fato e claro, medo por medo só criança acredita em velho do saco, bicho papão, mulher de branco, cuca, bruxa do cemitério, alemão do sabão e governos bem intencionados e suas leis como provas de virtude moral.
Todas as maiores atrocidades cometidas contra a humanidade tiveram apoio popular no seu início e uma lei para validar e disfarçar a sua verdadeira finalidade: escravidão, exploração, censura, assassinato, genocídio.
Não existe uma forma leve de falar sobre o dia mais triste da história mas se uma propaganda de guerra narrando uma história falsa com o objetivo de difamar um povo chegou até a minha infância em uma cidade no interior do Paraná, quase cem anos depois, só demonstra quão longe pode alcançar o poder destrutivo de uma mentira.
E este poder não só foi adotado, como também instrumentalizado no pós-guerra.
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Citando um ótimo resumo de Filipa Subtil que encontrei:
"As chamadas fake news estão hoje associadas às redes digitais mas os fenómenos como os rumores, a manipulação da palavra e a propaganda são bem antigos e não circunscritos a regimes ditatoriais.
Nesta comunicação mostra-se como uma das origens da produção de desinformação na luta política moderna foi o Committee on Public Information (CPI), criado em 1917 nos EUA pelo presidente Woodrow Wilson e dirigido por Edward Bernays, um dos criadores da nova atividade das relações públicas.
Composto por jornalistas, académicos especialistas de opinião pública e militares, o CPI foi uma organização burocrática responsável pela supervisão de toda a máquina de propaganda e censura do governo norte-americano durante a Primeira Guerra Mundial.
O CPI elaborou meticulosamente novas histórias e milhares de comunicados de imprensa, que foram publicados em jornais, cartazes, folhetos, murais, fotografias, enviados pelos fios do telégrafo, emitidos pela rádio e projetados nas salas de cinema. Ao mesmo tempo, monitorizou de perto os media com o intuito de confirmar a sua adesão à causa nacional.
O programa de propaganda do CPI estendeu-se também à instrução pública. A sua Divisão de Educação produziu, imprimiu e distribuiu mais de 75 milhões de materiais destinados aos estudantes de todos os níveis de ensino.
Muita desta documentação foi elaborada por académicos contratados por Washington para desenvolver conteúdos para as campanhas de propaganda. Num curto espaço de tempo, o CPI transformou a população norte-americana numa população histérica, favorável à guerra e que sob um imaginário quase religioso dos EUA queria aniquilar tudo o que fosse alemão, ir para os campos de batalha e salvar o mundo."
De repente a guerra se tornou um negócio, e lucrativo.
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Logo após a primeira guerra trabalhadores em Glasgow entraram em greve exigindo melhores condições de trabalho e foram recebidos pelos mesmos tanques que haviam fabricado anos antes (o tão vendido instrumento de libertação do povo mostrou a sua verdadeira face como instrumento de dominação e opressão do próprio governo sobre quem os colocou lá) se tornando a primeira cidade onde uma arma de guerra se volta contra as próprias pessoas que as construíram e financiaram e o primeiro confronto na história entre tanques de guerra e populações civis.
E nos Estados Unidos, no mesmo período e praticamente as mesmas pessoas dos mesmos comitês, passaram a estudar e analisar como a propaganda de guerra poderia ser usada em tempos de paz para direcionar as pessoas não só comercialmente como também politicamente, aqui muito bem relatado pelo Edward Bernays citado aí em cima, o assustadoramente genial e de certa forma friamente diabólico sobrinho de Sigmund Freud:
"Aprendi uma lição básica no CPI - esforços comparáveis aos aplicados pelo CPI para afetar as atitudes do inimigo, das nações neutras e do povo destes países poderiam ser aplicados com igual facilidade a atividades em tempos de paz. Em outras palavras, o que poderia ser feito por uma nação em guerra, poderia ser feito com organizações e pessoas em uma nação em paz."
A polarização causada pela primeira guerra e a ascensão dos bolcheviques teve como efeito quase imediato também a divisão dos povos entre esquerda e direita enquanto as elites operavam (e obviamente ainda operam) de cima ambos os lados, criando também o conceito de oposição controlada (quando você só é vigilante com as ações do candidato eleito dos outros) e o voto de repulsa (quando você vota em um candidato apenas para garantir a derrota de outro candidato), um ciclo vicioso de revanchismo a cada dois ou quatro anos fazendo iguais se verem como diferentes quando deveriam se identificar e as diferenças vistas como intoleráveis e a única solução parece ser o instinto como manifestação violenta e a aniquilação do próximo, destruindo amizades, relacionamentos, desintegrando famílias e relações de trabalho e o próprio tecido social antes baseado no convívio e respeito mútuo.
A preservação e proteção da vida fazem parte do animus/anima inconsciente na vida dos homens e das mulheres, os dois lados de uma mesma moeda cujo soma no taumatrópio humano é gerar a vida e preservar, destruir esta reciprocidade de preservar, proteger, admirar e por fim a gratidão que sempre foram a base das relações e das famílias era a fronteira final do estado para jogar todos contra todos, ativando e manipulando os instintos destrutivos dormentes dentro de nós para dividir e dominar a humanidade na sua totalidade.
Governos fazendo propaganda e trabalhando a mando de empresas criminosas, mulheres sendo usadas como garotas-propaganda de empresas criminosas, empresas criminosas controlando a mídia e comprando leis em benefício próprio, governos emprestando de bancos para pagar empresas criminosas a juros pagos pelo povo, empresas criminosas ficando bilionárias ao custo de vidas alheias, pânico e histeria sendo vistos como celebração da vida, violação de corpos e crimes contra a humanidade comemorados como sinalização de paz, virtude e liberdade e políticos vendendo pesadelos para nos tirar a paz e o sono, pessoas divididas propagando ideias e slogans sem saber de onde surgiram, parece até o mundo de 2022.
Para os governos poder, para as empresas dinheiro, para os bancos juros, para o povo ideologias, crenças e morte.
Depois da invenção do tanque não existem mais seres humanos, apenas alvos e seres estranhos seguindo as suas bandeiras ou ideologias: alemães, franceses, britânicos, comunistas, capitalistas, negros, brancos, judeus, todos sujeitos aos mandos e desmandos de seus governantes.
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A metodologia escolar seguida por todos nós desde a primeira infância até o fim da faculdade segue a escola prussiana, metodologia de ensino destinada a formar soldados surgida no Reino da Prússia, o principal estado/membro do então Império Alemão até o fim da primeira guerra.
As características mais visíveis no método prussiano para quem olha de cima são a ausência de espírito crítico, abstração e reflexão, a militarização do comportamento e sufocamento da liberdade de expressão individual, a uniformização de ideias em prol do pensamento coletivo, a validação de atitudes através da percepção do grupo e aceitação da maioria e por fim a destruição do questionamento e da dúvida para impor verdades e certezas pré-fabricadas, formando pessoas inseguras, reativas e bidimensionais, com raciocínio limitado e pensamento automatizado e incapazes de perceber as relações humanas como complexas, enxergando tudo somente dentro da ótica restrita e maniqueísta de que existem apenas dois lados, e apenas um pode estar certo.
Funcionou tão bem aos interesses dos governos a ponto de ser aplicado no mundo inteiro e assim mais alegorias monstruosas se tornam verdades, atrocidades se perpetuam e mais o poder irrestrito do estado se perpetua idem.
Afinal se a educação é fornecida pelo estado a educação é antes de tudo feita para o estado, com sua natureza e hábito de controlar a narrativa e sufocar o questionamento e o espírito humano ao impor as suas ideias em propagandas com pontos de exclamação no final, repetidas por pessoas afundadas na ignorância e no ego como se fossem slogans, verdades absolutas e boas ideias por si só.
Mas boas ideias não precisam ser impostas e nem de pontos de exclamação no final.
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A tuition is to remove your intuition, a graduation is a gradual indoctrination e never forget, history means His-Story.
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Tanques de guerra mostram quão pouco conhecemos sobre a falta de transparência no poder e na história, sobre nós mesmos e quão estamos dispostos a sermos enganados diariamente pois nunca custa lembrar: Política é o que exércitos fazem enquanto políticos atuam nos distraindo com seus dramas, comédias e filmes de terror.
Guerra é o que acontece quando políticos cansam de atuar.
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Por falar em tanques, gosto muito de uma foto tirada em 09 de agosto de 1918 pelo correspondente David McLellan na Batalha de Amiens na França) por causa da ilusão romântica que ela imediatamente provoca, mostrando um pombo-correio sendo solto na lateral de um tanque do 10º Batalhão Britânico durante a hoje conhecida como Ofensiva dos Cem Dias, conjunto de batalhas e operações que levaram ao fim na Primeira Guerra Mundial.
O tanque inclusive é o Mark V, o primeiro tanque de guerra verdadeiramente operacional da história, armado com soldados, metralhadoras... e pombos.
Se você procurar e mostrar esta foto para qualquer pessoa existe uma grande chance dela automaticamente acreditar se tratar de um pedido de rendição ou ainda, um romântico sinal de paz e apesar desta imagem mental ser irresistível este pombo era apenas mais um soldado involuntário entre tantos outros trabalhando para vencer uma guerra onde naturalmente nunca quis estar.
Ao contrário do que o filme 1917 fez acreditar mensageiros humanos e corredores não eram comuns nem muito práticos (o próprio filme mostra o motivo para quem assistiu), sendo os pombos muito mais confiáveis para passar recados e traçar estratégias e posições de combate, voando dezenas de quilômetros e indo e voltando com extrema acuidade e pontualidade e sim, muita coragem, pois iguais aos soldados, elas também eram alvos.
Apesar de ser uma foto ilusória não deixa de ser também uma metáfora para de fato a paz, pois com a ajuda direta de centenas de pombos correios enfim se encerrava o primeiro ciclo de guerras.
A história dos pombos na primeira guerra teve pelo menos um grande personagem com nome e sobrenome, a grande pequena heroína Cher Ami, uma história impressionante que se Hollywood fosse justa faria uma versão animada com a interpretação da Mery Streep fazendo pruu pruu, um relato incrível de heroísmo e destreza.
Cher Ami, do francês "querido amigo" morreu um ano após o fim da guerra, condecorada, empalhada e eternizada em um museu ao lado de outros animais heróis como o cãozinho Stubby, outro recordista de ações e batalhas.
Chega a ser uma fórmula (ou receita se você preferir):
Comece um conflito, envolva outros países, faça as pessoas escolherem um lado procurando armas de destruição em massa escondidas, ditadores insanos ou terroristas (e se não achar, invente), faça as pessoas pedirem por paz pedindo o envolvimento armado de outros países, mande civis para a guerra e depois acuse o exército inimigo de matar civis, declare guerra, comece uma guerra, ganhe dinheiro, repita de tempos em tempos, é definitivamente mais fácil enganar as pessoas que convencê-las de que elas foram enganadas.
Mas talvez para entender o tamanho e o poder dos boatos e do quão destrutivo eles podem ser (e quão fácil é enganar as pessoas), em vez de falar de alemão do sabão, de pombos do exército e propaganda de guerra podemos falar de embalagens de alumínio.
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Em 2012 eu fui para o Festival Lollapalooza em São Paulo e no final que alegria tudo certo tudo ótimo ai que fome bora comer um rango.
Graças a minha alma de pobre bastou eu abrir um cardápio de boteco e ler PRATO FEITO, o bom e velho PF, para querer pedir um.
Tudo certo tudo ótimo bora pedir um PF pra encerrar o domingão, pedi comi e duas da madrugada em pleno hotel comecei a vomitar e cagar.
Ao mesmo tempo.
Até as seis da manhã.
Tomei banho e fiz o check out no hotel e atravessei a passarela até o Aeroporto de Congonhas assoviando pelo cu e respirando pelas orelhas e peguei o pior vôo da minha vida, chegando em Florianópolis retirei o meu carro na garagem em frente ao aeroporto e não lembro como cheguei em casa mas cheguei, caguei e vomitei e tomei mais um banho e desmaiei.
Acordei na terça-feira com metade do corpo fora da cama e a toalha ainda enrolada na cintura, felizmente cu e boca limpos mas completamente sem forças.
Uma amiga minha veio e me levou para o hospital e a conta da intoxicação alimentar foi perder quatro quilos em três dias e sete dias de atestado médico em casa, um ótimo ócio para a mente até o diabo aparecer e me dar uma ideia: e se eu falar no meu trabalho que a intoxicação foi das embalagens de alumínio e ver até onde a mentira alcança e fazer um relatório sobre o tema?
Nesta época eu trabalhava com segurança alimentar e a licitação e compra de milhares de embalagens de alumínio passava por mim.
Na volta ao trabalho me perguntaram como passei tão mal e o que poderia ter sido então respondi:
- O médico disse que é intoxicação por embalagem de alumínio.
Foi o suficiente, em menos de uma hora já havia chego o email de uma professora para o campus todo alertando sobre embalagens de alumínio e que deveríamos repensar a compra destas embalagens e durante os dois dias seguintes mais emails e emails e mais ligações e conversas de corredor sobre primos dos vizinhos dos amigos de não sei quem passado mal por causa de intoxicação por alumínio.
Neste tempo eu já havia conversado com o diretor do setor de compras e o diretor geral falando das minhas intenções e com a autorização deles enviei um email para todos convocando tocar sobre o assunto na próxima reunião geral que seria na semana seguinte.
No dia da reunião defendi a segurança alimentar das embalagens e dos mitos infundados sobre até uma professora levantar a mão e questionar o fato de que justamente eu, "quase morto" por causa de uma embalagem de alumínio estaria agora defendendo o uso dela.
E aí foi a deixa para a revelação e provar a importância da real verificação dos fatos e como um simples boato pode ser propagado e afetar quase duzentas pessoas em poucos dias e, se não fôssemos nós os responsáveis pelo contrato, uma empresa perderia uma venda capaz de levar ela à falência devido ao volume de embalagens produzidas sem cliente final, e mais o risco do efeito cascata plenamente possível de se espalhar por outras instituições com igual prejuízo para outras empresas do ramo.
Em cerca de sete dias onde a única guerra foram as batalhas finais nas fronteiras do meu conflito digestivo e, tal qual exatamente hoje as pessoas compartilham dezenas de vídeos de dezenas de guerras diferentes como se fosse na Guerra da Ucrânia, nenhum único colega de trabalho perguntou o que realmente deveria ter perguntado:
- Se o Luiz foi intoxicado por uma embalagem de alumínio em um festival com duração de três dias e mais de 150 mil pessoas presentes, quantas outras pessoas comeram nas exatas mesmas embalagens e por que a imprensa não fala sobre se possivelmente centenas ou milhares de outras pessoas foram hospitalizadas com o mesmo problema?
Toda e qualquer pesquisa e comunicação por sete dias seguidos até a reunião foram pura e simplesmente apenas para confirmar o viés inicial e validar a mentira original e a impressão do pânico e tentar derrotar o grande satã alumínio, o Hitler dos metais, o Saddam Hussein das intoxicações alimentares, criando outras mentiras, falsas histórias e falsos testemunhos até o ponto sem retorno da situação.
Citando Winston Churchill, especialista em guerra e bom de prato como ninguém:
- Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.
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Why does the dog wag its tail? Because a dog is smarter than its tail.
If the tail were smarter, it would wag the dog.
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Tudo por causa de um PF de esquina e um Técnico em Segurança do Trabalho criativo e a histeria latente e irracional deu conta do resto.
Claro que muitos me odiaram por isso mas passar quase sete dias cagando mole e vomitando é uma experiência transcendental capaz de tornar cada vez menos importante a opinião dos outros.
A lição ficou tal qual lições da vida, você pode não prestar atenção, mas elas vão cair na prova final do mesmo jeito.
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E citação por citação, também não custa lembrar:
O bem-estar do povo sempre foi o álibi dos tiranos e oferece a vantagem adicional de dar aos servos da tirania uma consciência limpa.
- Albert Camus
Então quando você pensar novamente em empatia, gratidão e liberdade pense em um tanque de guerra, e agradeça por nunca ter precisado estar dentro ou na mira de um.
O nazismo era formado por algumas dezenas de psicopatas seguidos por algumas centenas de puxa-sacos seguidos por milhares de entusiastas bobos úteis e aceito por milhões de alienados das ações dos primeiros acreditando que tudo no fim estava sendo feito por um bem maior.
Nunca podemos duvidar do quão longe pode ir a motivação e do poder de destruição das pessoas com boa intenção, ainda mais quando elas são guiadas pelo medo e validam o próprio ódio atrás de lutas justas e assim como também escrito linhas e linhas atrás elas conseguem mais guerra acreditando estarem pedindo por paz, destruindo vidas, reputações, carreiras e empregos.
E implorando por democracia dão mais poder ainda para ditaduras.

Por um destino amargo o tanque foi idealizado por Jean Baptiste Eugène Estienne (considerado por muitos como o pai do tanque de guerra) e inspirado justamente pela vivência nos horrores no campo de batalha e imaginado uma arma tão poderosa que não só fosse uma defesa para os seus soldados mas também assustadora a ponto de fazer o exército inimigo desistir de lutar e desta maneira, com menos mortes, o tanque de guerra seria o responsável pelo fim da guerra em poucos dias, fosse pelo medo ou pelo impacto da sua ação, assim como a Primeira Guerra Mundial no imaginário da mídia e imprensa da época seria a guerra que acabaria com todas as guerras.
E tudo culpa dele, o Jô Soares, e de um sanduíche que ninguém comeu pois nem sequer existiu.
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Em tempo, bolchevique vem da palavra russa bolchevismo (bolscinstvó) e significa maioria, um bolchevique então sempre era resguardado pelo apoio coletivo, mas aí precisamos lembrar de mais uma citação muito importante:
Sempre que você se encontrar do lado da maioria, é hora de parar e refletir.
- Mark Twain
Embalagens de alumínio são seguras na medida do uso, sem casos de intoxicação direta ou a curto e médio prazo, o maior problema é a frequência e a absorção deste metal na alimentação competindo com a absorção de ferro, conhecida como anemia ferro-priva, e a relação indiretamente provada de 68% dos casos de demência na velhice estar relacionada com intoxicação por alumínio ao longo da vida. Carnes e alimentos ácidos multiplicam por até quatro vezes o limite de absorção considerado seguro para o corpo humano, calculado em um miligrama para cada quilo de peso do corpo.
Ah, e Hitler tinha uma obsessão pessoal por lobos e via neles qualidades que admirava, como inteligência, fidelidade à matilha, força e agressividade.
Para ele, o lobo representava um líder estratégico, capaz de coordenar e dominar com disciplina, refletindo a imagem que queria para a nação alemã. Essa afinidade pessoal se manifestou também nos nomes que deu a seus quartéis e bunkers, sendo o mais famoso a casa de campo chamada Wolfsschanze, ou Toca do Lobo, usada como seu quartel-general durante a invasão da União Soviética.
O simbolismo do lobo portanto não era apenas propagandístico, mas também ideológico e pessoal, associado à ideia de predador solitário que lidera e intimida, capaz de estratégia e força. Nos contextos nazistas, ele servia para transmitir uma imagem de poder, disciplina e domínio, reforçando a mitologia de liderança e superioridade que o regime queria projetar, tanto para a população quanto para seus inimigos.
Mas como já falamos, Hitler não se torna alguém legal só porque gostava de cachorros e menos ainda, por gostar de lobos.
Os ursos-negros geralmente são tímidos e evitam contato com humanos, mas seu comportamento pode mudar rapidamente quando se sentem ameaçados, então se você se deparar com um urso a coisa mais importante é manter a calma e principalmente não corra.
Correr pode acionar o instinto natural do urso de perseguir.
Em vez disso, mantenha sua posição, levante os braços para parecer maior e fale com uma voz firme e constante, comece a recuar lentamente enquanto mantém o urso à vista, mas nunca dê as costas a ele.
É fundamental também oferecer ao urso uma rota de fuga; se ele se sentir encurralado, é muito mais provável que responda de forma agressiva.
Também é altamente recomendável carregar spray de pimenta específico para ursos, especialmente se você vive em áreas onde eles são comuns, é um dissuasor eficaz e deve ser usado apenas se o urso avançar a curta distância, normalmente a cerca de 10 metros.
E o que falar para o urso para ele se afastar?
Não sei, se acontecer com você, me conte depois.
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Cápsulas de rolamentos sonolentos e nocauteados do tempo.
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O skatista Sandro Dias quebra recorde mundial ao descer uma mega-rampa a uma altura de 70 metros construída na parede lateral do prédio do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF) de Porto Alegre cujo formato lembra uma rampa de skate, e que por décadas povoou o imaginário local.
Sandro fez isso aos 50 anos de idade e no final da descida atingiu uma velocidade de 103 KM/h, redefinindo o conceito de barbaridade tchê.
Só resta agora erguer um monumento dele ao lado do prédio, com a seguinte frase:
Mas bah que um mineiro nascido em São Paulo dropou uma rampa em Porto Alegre.
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Um avião da companhia Air Corsica, que saiu de Paris rumo à ilha francesa da Córsega, precisou permanecer 18 minutos sobrevoando a região antes de pousar, o atraso ocorreu porque o controlador de tráfego aéreo da torre de comando adormeceu e não autorizou a aterrissagem.
Depois da soneca a comunicação com a torre foi restabelecida e o pouso ocorreu em segurança, sem pânico entre passageiros segundo o piloto, que descreveu a situação como um “pequeno passeio turístico”.
Ok, mas se avião tivesse buzina isso não teria acontecido.
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E por falar em quebrar, o duelo de boxe entre os lutadores Popó Freitas e Wanderlei Silva, no final as equipes entraram no ringue, houve uma briga generalizada e Wanderlei acabou nocauteado por um homem vestido de terno.
É a classe voltando para o boxe.
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