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ENSAIO 73: MESA AMARELA

  • Foto do escritor: LFMontag
    LFMontag
  • 20 de mar.
  • 24 min de leitura

Atualizado: 24 de mar.



Se você está aqui pela primeira vez este ensaio faz parte de um livro sendo escrito em tempo real seguindo a narrativa do fluxo de consciência, se te interessar acompanhar o processo comece pelo primeiro.



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20/03/2025


MESA AMARELA


Quando o homem descobriu o fogo parecia ser uma boa ideia, mas aí tudo virou questão de nomenklatura, e aí as coisas ficam fascis, extremamente fascis.


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A expressão Ordo ab Chao significa "Ordem a partir do Caos" em latim e é frequentemente associada à Maçonaria, especificamente ao Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito, onde aparece como um lema, e a ideia por trás da frase é que, para se estabelecer uma ordem verdadeira e estruturada é primeiro necessário superar o caos e a desordem.


Filosoficamente o conceito tem raízes na mitologia grega e no hermetismo, em boa parte das religiões (onde a criação do universo surge do caos primordial) e até na alquimia, aparecendo também em contextos políticos e sociais sugerindo que grandes mudanças ou revoluções muitas vezes precedem períodos de estabilidade e organização ou, quando se é um pouco mais atento, os criadores de caos são os mesmos que reescrevem e ditam a nova ordem, sejam eles maçons ou não.


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O membros da MASSOLIT no livro de Mikhail Bulgákov são uma alusão direta às nomenklaturas da URSS, as elites do Partido Comunista e do Estado soviético, e o termo se referia a um sistema de cargos e privilégios reservados para membros leais ao regime e funcionava como uma burocracia interna controlando o acesso à posições de poder, abrangendo líderes do partido, ministros, diretores de fábricas, militares de alta patente e chefes de instituições culturais.


O termo vem do latim nomenclatura, "lista de nomes", onde para ocupar qualquer cargo relevante era necessário estar na lista supervisionada pelo comitê central do partido.


O conceito surgiu nos anos 1920 e em 1930 com Stálin no poder a denominação passou a controlar rigidamente quem poderia ocupar posições estratégicas no governo, na economia e em outras instituições e se tornou sinônimo da elite burocrática soviética, uma casta política fechada onde o valor da lealdade ao partido estava acima do conhecimento técnico; um grupo seleto garantindo estabilidade forçada na centralização do poder mas também gerando corrupção e estagnação, contribuindo para o colapso do regime e da URSS antes da virada do século.


No Brasil, o termo nomenclatura tem um significado mais amplo e técnico, dependendo do contexto: para classificar espécies e modelos na ciência e tecnologia; estabelecer padrões e elementos na física e química; criar cargos e funções na administração; ou ainda bolar termos e definições de impostos quando o governo quer nos roubar.


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Algumas semanas antes ou depois de perdermos apostas por causa de Pepsis transparentes e ainda em 1993 o Mano Negra apareceu do nada para fazer um show na cidade, em alguma tour maluca com alguns membros em alguns shows, outros membros em outros e todos eles aparentemente em Curitiba, com alguns instrumentos emprestados e tocando em um palco montado em cima de mesas amarelas de bar.


O palco todo balançava, a banda toda balançava, todos nós balançamos, a noite foi ótima e como tínhamos hábito de ir aos shows com skate embaixo do braço, o vocalista Manu Chao veio puxar papo antes mesmo da banda terminar de desligar os instrumentos e lá fomos nós de novo na rua 24 horas, comer fatias de pizza e tomar Coca-Cola e aí andar de skate até amanhecer.


Filho de espanhóis, nascido em Paris e gente finíssima demais, falando um português quase fluente e mesmo assim mais compreensível que o nosso e com a mente tão aleatória quanto a sonoridade da banda misturando Reggae, Ska, Punk Rock e ritmos latinos e sempre muito politizada.


O nome do grupo foi uma sugestão involuntária de Ramón, o pai de Manu (espanhol e exilado na França durante a ditadura de Francisco Franco), uma irônica homenagem para a sociedade secreta nacionalista e separatista sérvia que buscava a unificação dos denominados territórios eslavos do sul então sob domínio do Império Austro-Húngaro, organizando atentados e atividades de guerrilha para enfraquecer o domínio austríaco na região.


O grupo tinha ligações com a Jovem Bósnia, movimento juvenil ao qual pertencia Gavrilo Princip, aquele que (ao invés de andar de skate como todo jovem e comer pizza e tomar uma Coca-Cola com os amigos) parou para comer um sanduíche (enquanto tomava uma das piores decisões da história da humanidade), treinado pela Mão Negra para assassinar o arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa Sofia em 28 de junho de 1914, ativando todos os motivos e pretextos para o início da Primeira Guerra Mundial quando a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia e cujos resultados políticos, econômicos e sociais tiveram impacto direto no surgimento do nazismo alemão e fascismo italiano, levando o mundo diretamente, e poucas décadas depois, para a Segunda Guerra Mundial.


A Alemanha derrotada foi duramente punida pelo Tratado de Versalhes, gerando ressentimentos e uma grave crise econômica favorecendo a ascensão de Hitler e do partido nazista e na Itália, apesar de estar no lado vencedor, a frustração com a considerada "vitória mutilada", economia ruída e o medo do socialismo soviético abriram caminho para Mussolini e o partido fascista.


E Manu, além de gente fina era e ainda é um nômade de alma, aquele tipo capaz de parar e comer um sanduíche, pizza ou pastel com você pelas melhores motivações, e seu nome é quase uma expressão de si pois Manu é diminutivo de Manuel e Chao, além de sobrenome da família, também significa adeus em espanhol e italiano ou, em suas palavras e como está sempre viajando, Manu sempre diz Chao.



Seis anos depois, em 1999, o Jota Quest chegava em Florianópolis para fazer um show gratuito na área de esportes da Universidade Federal de Santa Catarina para comemorar e inaugurar o primeiro show alimentado por energia renovável da história do Brasil, a partir de painéis solares criados por pesquisadores da própria universidade (e poucos lembraram que a energia no Brasil é alimentada por energia renovável através das usinas hidrelétricas mas tudo bem, o importante era curtir o show da banda mais em alta no momento), com o estouradaço disco De Volta ao Planeta com as também estouradaças música título e "Fácil", o maior hit da banda até os dias de hoje, com suas melodias e riffs grudentos e letras como:


Macacada reunida

Rapaziada sambando, xingando

Rodando na pista

É, macacada reunida

Galera pelejando e dançando

Procurando uma saída


E


Um dia feliz

Às vezes é muito raro

Falar é complicado

Quero uma canção


Fácil, extremamente fácil

Pra você, e eu e todo mundo cantar junto

Fácil, extremamente fácil

Pra você, e eu, e todo mundo cantar junto


Toda essa positividade e empolgação não impediu a banda de propagonizar um dos momentos mais constrangedores possíveis e talvez para a sorte deles, não perceberam: antes de apresentar a música que dá nome ao álbum o vocalista Rogério Flausino perguntou para a galera:


- Eu quero saber quantos macacos tem na plateia.


Como todos os shows gratuitos em Florianópolis e em qualquer cidade brasileira a periferia aparece em peso para curtir.

E a periferia, você sabe, a maioria é negra.

E os negros no Brasil, você sabe, são chamados de... você sabe.


Foi tão constrangedor que rolaram meias palmas e meias vaias seguidas por um silêncio envergonhado de todos e então a banda tocou a música e todos nós fingimos não ter percebido o momento, e na mesma noite esquecemos.


Não foi fácil, extremamente fácil, mas esquecemos.


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Uma expressão muito conhecida pelo interior é: olho esperto reconhece cascavel pela casca do ovo.


Dita de outra forma, o ovo de serpente, é uma metáfora bastante conhecida entre os povos de língua inglesa e ambas (expressão e metáfora) de forma resumida indicam que poucas pessoas conseguem, pela experiência ou conhecimento, diferenciar um simples ovo de um ovo de cobra venenosa e sabendo disso (e sabendo como a serpente é a personificação do mal eclodindo ao sair da casca) o ideal é matá-la antes de nascer.


Em outras palavras e outra expressão do interior: cortar o mal pela raiz.


Essa expressão tem origem cultural na peça "Julio Cesar" de William Shakespeare onde ele narra o assassinato do imperador romano; na história e na peça, Julio Cesar é considerado um ditador enfraquecido e por regredir a república romana e a decisão de um grupo dissidente de tomar o poder começando pela sua morte, Brutus é então convencido por Cassio que o imperador deveria morrer, e certo da sua decisão cita a seguinte expressão:


"Cesar é como um ovo de serpente que, eclodindo como a sua espécie cresceria malevolamente, pelo que o urge matar na casca."


Ironicamente a primeira pessoa a atacar Julio Cesar foi um libertador de nome Servílio Casca.


Shakespeare (embora não confirmado como cristão mas conhecedor da bíblia) muito provavelmente tirou a inspiração desta expressão do profeta Isaías no velho testamento, quando foi convocado por Deus para viajar e expor o mal incubado na mente das pessoas por baixo da casca de santidade que elas vestiam.


A passagem é essa aqui, e é interessante ler com atenção:


"Não há quem pleiteie sua causa com justiça, não há quem busque o direito, e nem faça sua defesa com retidão e sinceridade.


Todos apoiam seus argumentos em falatório vazio e mentiras; concebem maldades e geram mais iniquidade.


Chocam ovos de cobra e tecem teias de aranha.


Quem comer tais ovos encontra a morte e de cada ovo esmagado sai uma víbora.

As teias não servem para a confecção de roupas; mas eles conseguem cobrir-se com o que fazem.


Suas obras são malignas; tão somente atos de violência procedem de suas mãos."



Ovo da Serpente é também o nome do sensacional filme do diretor Ingmar Bergman lançado em 1977 e mostra justamente as décadas após primeira guerra atravessando os ciclos de fome, tensão política e social e então o surgimento do nazismo na Alemanha e assim como nazistas, fascistas, e pessoas de boa intenção, cobras e serpentes também são cordadas e (por não terem braços e pernas) sua espinha dorsal acompanha o corpo inteiro, fazendo da sua locomoção algo elegante e assustador ao mesmo tempo e também parte primordial da sua subsistência, pois o bote e o estrangulamento só são possíveis em um corpo formado basicamente de uma espinha longitudinal.


Mas ao contrários do peixes e dos (des)esperançosos enforcados as cobras realizam apenas fecundação interna e apesar de algumas até cuspirem por aí não costumam gozar fora, boa parte delas choca os seus ovos e, quando as cobrinhas nascem e ao contrário de nós, saem para o mundo prontas para o que der e vier.


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Vinte anos após o Jota Quest cometer literalmente um mico ao vivo e alguns dias antes do show da Sandy e do Júnior, mais precisamente no dia 23 de agosto de 2019, estávamos cortando a Avenida Paulista no começo da noite quando olhamos para a direita e vimos centenas de pessoas ocupando uma das vias e a turma da frente estava segurando um cartaz onde estava escrito:


QUEIMEM FASCISTAS

NÃO FLORESTAS




Atravessamos correndo desviando perpendicularmente porque não sabíamos se seríamos chamados de fascistas por andar no sentido contrário deles e ao invés de jantar fora como havíamos planejado, pedimos comida pela internet e enquanto isso abri o Whatsapp e o Márcio (aquele que manja de itálicos e absurdices) havia me enviado a foto da exata mesma cena que eu havia visto, recém-publicada em um portan de notícias e então a minha mente voou no tempo e espaço em uma profusão de termos e frases, expressões e citações e quase tão longe quanto pensar em pepecas cabeludas mas não tão longe do surgimento de nós meros humanos, demasiadamente humanos, e da descoberta do fogo, segue.


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Fetiches estranhos envolvendo dentes do siso é de boa.


Masoquismo mesmo, você já sabe, é acordar no Brasil e bater o mindinho no pé da cama de manhã, todos os dias.


E quando o mindinho parece estar melhorando e parece estar desinchando, chegam eles, os fascistas.


Eles estão em todos os lugares, todos os horários e em todas as postagens apontando os seus mindinhos duros e inchados em todas as direções; a pessoa posta o que pensa sobre algo, alguém lê e comenta discordando, a primeira não entende como uma postagem opinativa atrai outras opiniões contrárias e quem comentou não entende que ela não está certa só por discordar e então vem um pequeno caos começando com um mindinho doendo, encontrando outra pessoa com suas próprias dores-de-mindinho e aí tudo se torna uma azia, seguida de uma enxaqueca e, inevitavelmente, louça suja acumulada.


Mas para tentar entender como chegamos nessa era de mindinhos-fascistas precisamos também passar por outras eras e períodos, cavernas e países, línguas e dialetos, avenidas e mesas de bar.


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A descoberta do fogo aconteceu no Período Paleolítico, mas a data exata é incerta.


Os primeiros indícios de controle do fogo vêm de cerca de 1,5 milhão de anos atrás, possivelmente obra do Homo erectus, um grande acerto evolutivo na época: ficou de pé, saiu para caçar, voltou para assar.


Mas só por volta de 300.000 a.C. os humanos aprenderam a produzir fogo sozinhos, usando pedras e/ou madeira e dezenas de milhares de anos depois quando todo mundo já sentava ao redor da fogueira, ao invés de luau com violão e histórias de terror os humanos se divertiam criando a Lei de Talião (ou Lex Talionis), o princípio jurídico baseado na reciprocidade da punição, resumido na famosa expressão "olho por olho, dente por dente"; a ideia da pena para um crime ser proporcional ao dano causado, evitando punições exageradas ou desproporcionais.


Esse conceito aparece de forma parecida em várias civilizações antigas, como na Babilônia (Código de Hamurabi) e nas leis hebraicas (Torá e Antigo Testamento), e a prática um tico exagerada de queimar criminosos vivos em certos casos.


A moda pegou, os romanos por exemplo usavam o fogo para perseguir, torturar e executar criminosos e rebeldes (um exemplo famoso foi quando Nero ordenou a perseguição aos cristãos e os seguidores da fé foram queimados vivos para iluminar os jardins do imperador), quando Roma também aprendeu a dominar o conceito de coluna armada e exército de um corpo só formado pela união de centenas e milhares de soldados, colunas estas simbolizadas pelo machado, a personificação de força e poder através da união de ramos (no latim fascis) em feixes (fascio ou fasces) e então amarrados se tornando algo maior e poderoso, uma única grande arma capaz de derrotar e decepar pela raiz qualquer grande mal.


Um fascio era sinônimo de poder e imposição através da surra, do chicote e do machado (ascia no latim, e depois no inglês axe), feixes, ramos e poderes que séculos depois quando os cristãos passaram a dominar a Europa levaram junto estas nobres tradições e então durante a Idade Média queimar pessoas vivas se tornou um método comum de punição para bruxaria e heresia, como no caso de Joana d’Arc em 1431, e nas execuções ordenadas pela Inquisição Espanhola e Inquisição Italiana os termos fascis ou fagotto eram o chamado para acender uma fogueira e assim o feixe romano original decepador de cabeças se transformou em tochas queimando corpos e com o tempo fascis se tornou ao mesmo tempo uma expressão e um verbo para representar o indesejado, algo a ser imediatamente eliminado, queimado.


Mulheres acusadas de adultério ou sacerdotisas que quebrassem seus votos de castidade mas também homossexuais, bruxas, pagãos, dissidentes cristãos e hereges de todo tipo resumiam-se a uma palavra, fascis; e logo na Inglaterra o antigo Fire and Faggot Parliament ("Parlamento do Fogo e Graveto") também originou os termos fag e faggot, possivelmente as duas palavras mais pejorativas para se referir aos homossexuais nos povos de língua inglesa ainda nos dias de hoje.


Também existiram ou melhor, deixaram de existir, os defenestrados, outra forma gentil de executar as pessoas atirando-as pela janela mais alta possível (do francês défenestrer (tentar falar isso fica muito gay inclusive)) os excluídos e rejeitados mas para muitas dessas roubadas havia solução: você poderia provar a sua inocência perante Deus através dos homens e do ordálio (do latim ordalium, "julgamento de Deus") de maneiras simples e efetivas como o ordálio do fogo (segurar um ferro em brasa ou por as mãos no fogo; se queimasse você era culpado, se não queimasse você era inocente) ou o ordálio da água (ser jogado na água; se afundasse, era inocente (mas morria), se flutuasse, era culpado e provavelmente seria linchado ou queimado vivo, ou ambos).


Ninguém nunca explicou qual o conceito em morrer afogado para ser considerado inocente e muito provavelmente se alguém perguntou, foi afogado também.


A crença, muito inteligente por sinal, na existência, capacidade e interesse divino em interver e proteger os inocentes; e em dias de hoje seria algo como: quem não deve não teme e se estão tentando te linchar e você correu, é porque você tem culpa.


E foi exatamente a partir dessa metáfora (união) e símbolo (machado) e toda essa soma de soluções práticas que na Itália já no século XX fez Benito Mussolini renascer essa palavra e novamente, como na Roma antiga e na idade média, tudo o que era incômodo ou indesejado poderia (e deveria) ser novamente eliminado, assim nasceu o fascismo.


Outra expressão vem na mente agora: a união faz a força.


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E aí, 1,5 milhão de anos depois da descoberta do fogo e em plena selva de pedra nos encontramos na Avenida Paulista, rua onde não tem sorvete de melão tão fácil de achar mas pelo menos nunca foi Bairro da Pólvora por abrigar a Casa da Pólvora na região conhecida como Largo da Pólvora, e também nunca foi ao lado do Largo da Forca, e até onde eu sei nunca ocorreram execuções públicas e nunca enterraram corpos de indigentes e enforcados.


E menos ainda, espaço para linchamentos ou fogueiras inquisitórias.


Na verdade o maior fogo aceso lá é maconha mesmo, na infame e um tanto fedida Marcha da Maconha, e isso me trouxe mais uma lembrança, esta em 2013, alguns anos antes do fatídico dia dos orgulhosos queimadores de fascistas.


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Eu chamava ela de vó porque todo mundo chamava, mãe da amiga da mãe da minha namorada e minha namorada também chamava ela de vó, eu chamava também.


Um dia estávamos nós dois passeando no MASP; chegamos logo após o almoço, ficamos algumas horas lá dentro e quando saímos nos descobrimos dentro de uma aglomeração para a famosa Marcha da Maconha e decidimos caminhar um pouco em direção ao fim da avenida e acompanhar eles passando depois.


E assim foi, os manifestantes passando e a gente rindo e ela perguntando:


- Só tem skatista, todo maconheiro é skatista?


E eu respondendo:


- Não, mas acho que todo skatista é maconheiro.


Ela:


- Porque maconha fede tanto?


E eu:


- Porque o Brasil é um país pobre e só fuma maconha prensada de péssima qualidade.

Ela:


- Maconha boa tem cheiro bom é?


E eu:


- Tem sim vó.


E assim foi de pergunta em pergunta até vermos um moleque com skate embaixo do braço e segurando um cartaz onde estava escrito:


"CHEGA DE AMÔNIA"


E aí ela ficou intrigada e perguntou:


- Por que ele tá falando de amônia na marcha da maconha? Tão fazendo xixi na maconha deles?


E eu respondi:


- Não vó, é que a maconha prensada fica úmida e por causa disso e da mistura com fezes animal e terra ela acaba produzindo amônia, que faz mal pra quem fuma. E por ser ilegal também acho que os traficantes passam amônia nos pacotes pra transportar e disfarçar o cheiro e os cães da polícia não perceberem.


E ela:


- Mas não dá para treinar o cachorro pra ele sentir cheiro de amônia também?


E eu:


- Acho que já estão fazendo isso.


E então o moleque do cartaz já estava quase do nosso lado, aí a vó dá quase um pulo, olha ele na cara, aponta e grita:


- AHÁÁ!!


O moleque não entende nada, eu caio na gargalhada e a marcha segue em frente.


Cansados de ver tanto maconheiro protestando ("estava esperando ter briga", disse ela) decidimos atravessar a avenida e ir no Starbucks tomar um café prensado, torrado e legalizado.


Chegando lá o atendente vem nos receber e a vó fala quase sem pensar:


- O café de vocês não tem amônia né?


E o atendente, sem entender ou acreditar no que ouviu:


- Senhora?


E ela:


- AHÁÁ!


Sentamos, rimos e tomamos nosso café deixando skatistas maconheiros e atendentes de cafeteria perdidos e alheios ao nosso dia e humor e guardamos este dia em nossos corações como o dia da Marcha da Amônia


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Agora sim, e então 1,5 milhão e seis anos depois da descoberta do fogo e do cheiro de amônia e lá estávamos nós olhando aquele cartaz surreal, carregados por pessoas humanamente (meramente, demasiadamente) surreais, unidas por um suposto propósito e engajadas em uma suposta solução e a minha mente começou a divagar por nomenclaturas, reflexões e lembranças de que as maiores armas retóricas dos fascistas e também dos nazistas eram justamente o monopólio das virtudes e da bondade e a exaltação do vitimismo, o enfraquecimento do indivíduo até ele acreditar e buscar a sua força apenas na união coletiva, um escudo protetor dos instintos e das pulsões mais irracionais, justificando escolhas e decisões.


O fascista nada mais é além de uma pessoa com nome e sobrenome mas escondida e ao mesmo tempo estimulada pela validação de um rótulo de grupo e o poder de anonimamente e em bando eliminar o que lhe é indesejado, livrando-se da responsabilidade individual pelos seus atos e qualquer forma de manifestação violenta coletiva (verbal ou física) e linchamento (real ou virtual) é em si um ato fascista, covarde pelo ato de muitos, mantido pela conivência de muitos outros e repetido pela conveniência de muitos outros ainda.


Covarde vem do Latim coda e significa "rabo" ou "cauda" e na língua francesa há a palavra couard, “de cauda abaixada” ou, como dizemos no Brasil, de rabo entre as pernas.


Note também a existência da palavra coward na língua inglesa e de mesma origem onde "co" significa "companhia" ou "ao lado" e "ward" é quem protege e comanda, ou em bom português o "varão", o chefe da tribo, cidade, exército, vila.


Os covardes são então os seguidores, um sinal claro de submissão e falta de autonomia e coragem para tomar decisões por si e a ausência de responsabilidade pelos próprios atos, sendo assim coniventes.


Temos então que da mesma forma a palavra conivente vem do latim conivere, a junção de duas palavras cum e nictare, onde cum significa “junto” ou “companhia” e nictare significa "pestanejar" ou "piscar", quando todos preferem fechar os olhos para um determinado ato, se tornando cúmplice passivo quando convenientemente necessário.


E mais ainda, conveniente vem na união das palavras cum, "junto" novamente e venire, "quem vem".


E mais, covardes são coniventes e convenientes quando estão em grupo, o pensamento coletivo (de colligere ("juntar" ou "reunir")) e coletivismo (collectivus, "relativo à coletividade" ou "o resultado de uma reunião de elementos").


Logo o coletivismo, a imposição da maioria covarde, conivente e conveniente, é o ovo da serpente do fascismo, do qual sai um machado ou uma fogueira, uma ferramenta retórica cuja única função é destruir e machucar.


É materialmente curioso uma ferramenta criada a partir da união de feixes ser o mesmo instrumento capaz de desfazê-los e metaforicamente mais irônico ainda ver pessoas unidas para gritar "queimem os fascistas", um ato

fascista por si só, frase tristemente irônica vinda das pessoas as quais se dizem o futuro de um país, as quais nos mandam estudar história e nos dizem que o fascismo não pode se repetir.


O novo fascismo é democraticamente totalitário, transbordou para fora o ditador (a serpente) adormecido dentro de cada um, não é nacionalista mas defende subjetividades como a globalização, não é militarizado mas defende a uniformização de pensamento, não é bandido mas considera o vandalismo como uma forma de organização e manifestação válida, não marcha e nem usa camisas marrons mas é diverso e colorido por fora e uniformemente cinza por dentro.


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A raiz pela qual todo coletivismo sempre degenera em violência é bastante simples de entender: quando uma pessoa, um indivíduo, não se percebe como tal, ele passa a procurar validação em grupo.


O problema começa porque simplesmente todos no grupo, salvo os líderes, estão lá procurando a validação de alguém mas esta só é preenchida se vem de quem você admira, quando você percebe e reconhece como uma versão melhor do que

você acha poder ser e conquistar, mas quando todos no grupo se unem pelas suas fraquezas e ao mesmo tempo buscam validação coletiva, o resultado é um navio afundando rodeado por botes furados.


Mesmo com a melhor das boas intenções o resultado sempre é negativo, colocar o escudo "anti" na frente não muda absolutamente nada e, repito, nunca se deve subestimar o poder de destruição das pessoas de boa intenção*, se os métodos são os mesmos os objetivos também o são.


E por isso mesmo, por não se ver como alguém capaz de se expressar individualmente e de se autoavaliar, a pessoa deixa de combater através das ideias e do poder das palavras e parte para a linguagem física.


Se você já lidou com um antifascista percebeu isso, ele diz alguma verdade tida como absoluta dentro do seu grupo e qualquer resposta sua diferente de "sim, concordo" a reação seguinte é te interromper, ou falar mais alto, ou

se posicionar fisicamente contra você e nesse mesmo segundo outros se aproximam com a mesma atitude e a partir daí a tendência é ouvir vaias, xingamentos e ameaças quando geralmente um mais exaltado arrisca um empurrão, um tapa, um soco camuflado no meio dos braços dos outros.


Não existe demonstração maior de fraqueza, impor pelo coletivo; o vazio espiritual, afetivo, emocional e principalmente intelectual devem ser tremendos.


O exercício do bem é antes de tudo uma responsabilidade individual.


Por incapacidade de debater transformaram palavras em violência e violência em justiça quando na verdade a única forma de combater um argumento ruim é enaltecer as qualidades do seu argumento e não os defeitos da ideia oposta, o preço

da liberdade de expressão é justamente ouvir o desconfortável, o desagradável.


Se tudo o que você disser pode ser sempre usado contra você estamos em uma ditadura ou uma nova inquisição e mais assustador ainda, nunca houve ditadura ou inquisição impopular até a tortura e o fogo se tornarem uma ameaça para todos, vale para as antigas heresias na idade média, a moral e bons costumes no século passado e o pretexto atual de supostamente combater discurso de ódio, tornando agora todos nós uma bruxa em potencial vivendo uma era das trevas digitalizada.



Negar o direito de voz alheio é um ato fascista e sufocar uma opinião contrária não vai fazer ela desaparecer, pelo contrário, vai aquecer e chocar um ovo e uma nova serpente, mais forte e mais raivosa, saltará na sua direção.


O discurso de ódio não deve ser reprimido, ele deve ser defendido não para ser propagado mas porque o discurso sufocado sempre ressurge pior e a ausência do discurso de ódio sufoca também a comparação com a expressão do oposto de fato, e essa falta de parâmetros somada com a repressão torna toda a liberdade de expressão como odiosa aos olhos de quem não se expressa mais.


Ayn Rand (uma mulher de vagina e palavras cabeludíssimas) costumava dizer que:


"A menor minoria da terra é o indivíduo, aqueles que negam os direitos individuais não podem se dizer defensores das minorias."


Não é possível defender minorias dentro de um sistema em si sustentado pela validação de uma maioria a cada quatro anos, gerando sempre um ciclo repetitivo de divisão, polarização, frustração, sentimento de desvantagem e revanche, um contrassenso que alimenta um jogo de opressão e repressão cíclico baseado na rotulação de pessoas e de novo, censura, quando a única forma de evolução social é através do diálogo e da compreensão do incompreensível, a empatia começa justamente quando o conforto acaba, aceitar o inaceitável e só então sugerir novas formas de pensar ou em outras palavras, plantar sementes humanas melhores, fortes por si mesmas sem necessidade de validação externa por um motivo simples: indivíduos fracos unidos fortalecem apenas as suas fraquezas, indivíduos fortes promovem mudanças.


Só com a referência da liberdade de expressão individual irrestrita saberemos onde o inimigo está, como ele pensa e principalmente, como ele pensa agir antes de se organizar e assim frear o impulso, usando a mesmíssima liberdade de na direção contrária: o poder da palavra.


Aliás lembrei agora o quanto é fácil continuar vendendo comida industrializada, plástico, política e fascismo para as pessoas.


É só escrever saudável, eco, novo e anti nas embalagens, e se fizer bem colorido dá até para fazer mais duro e cobrar mais caro.


O movimento antifa usa as mesmas cores e possui o mesmo fetiche por siglas, slogans, palavras, frases e expressões de ordem, bandeiras, indução à violência e desordem propagados por fascistas e neonazistas.


Note o quanto historicamente o termo "fascis" pode ser ao mesmo tempo sinônimo de indesejado e de união e não é por acaso, os fracos e indesejados se unem, criam uma nova maioria, sufocam, enforcam, queimam e defenestram as novas minorias, e o ciclo se repete.


De tanto esperar o mal vindo dos outros terminam por praticar o mesmo mal antecipadamente e de forma (inacreditavelmente) preventiva.


Ótimo momento para citar Ayn Rand de novo:


"Os absurdos não contestados de hoje são os slogans aceitos de amanhã, eles passam a ser aceitos gradualmente através da força de pressão constante de um lado e recuo constante do outro – até que, um dia, são subitamente declarados a ideologia oficial do país."


E tal qual na idade média é tentando enterrar a nossa natureza e manipulando as nossas pulsões que os fascistas não se veem mais como fascistas, os covardes dominam a narrativa, os coniventes se calam e todos juntos estão conseguindo convenientemente enterrar a sociedade.


Onde houver escrito justiça! (assim com ponto de exclamação no final) pode se preparar, é apenas um novo expurgo social cujo resultado futuro trará mais injustiça ainda.


Convença a massa histérica de que tem um ditador no poder.

Faça esse ditador defender pautas democráticas.

Veja a massa histérica destruir a democracia acreditando estar impedindo uma ditadura.

Veja a ditadura triunfar pelos desejos do povo.


Se margaridas são triunfais, haja triunfo da vontade para entender que você só estará pronto para promover o bem no mundo na medida de estar antes disposto a admitir o mal que você pode causar.


Nazistas e fascistas em sua grande maioria não se viam como pessoas más, a maioria dos nazistas e simpatizantes do nazismo só souberam da existência dos campos de concentração após o final da guerra e muitos soldados nazistas trabalharam perto desses campos sem saber da finalidade dos mesmos, e a causa dessa insanidade foi justamente a pacífica e conveniente indiferença social diária e rotineira.


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Eu costumo dizer que a internet veio para nos mostrar como no fundo nós não saímos ainda da idade média e esse cartaz é prova disso.


Quando o homem descobriu o fogo, parecia ser uma boa ideia.


O espírito humano sempre segue em frente e prevalece quando as pessoas que discordam conseguem de alguma forma são ouvidas também pois duas coisas assustadoras sobre fascismo ou melhor, sobre a percepção das pessoas sobre o fascismo: não é mais uma ideologia mas um sistema de crenças estabelecido e propagado como natural e por isso mesmo não precisa mais de uma bandeira nova, nem um novo hino, nem novos uniformes, bastam redes sociais e pessoas com desejo de sangue, e estas sempre existirão.


A já comentada teoria da ferradura mostra bem como nos extremos esquerda e direita não diferem um do outro, o fetiche pela violência terceirizada é o mesmo: seja com "motivo" no caso da direita ou "justificativa" no caso da esquerda, bastam apenas esses tais motivos ou justificativas, antes de tudo, representar alívio de consciência e expurgo ideológico.


Se os métodos são os mesmos e se, como diz Abraham Maslow, a única ferramenta que você tem é um martelo, tudo começa a parecer um prego, o pensamento que conduz é o mesmo e os resultados não será diferentes.


Nós brasileiros temos dezenas, senão centenas, de expressões populares que herdamos ou criamos e remetem a isso:


"Toca fogo."

"Metralha tudo e acaba logo com isso."

"Mate antes que bote ovos."


"Dá um tiro que resolve."

"Corta o pau fora."

"Atira e joga numa vala."


"Manda pro paredão."

"Joga pela janela."

"Queima Jesus."


A lista é imensa e usamos elas constantemente nas mais variadas situações e contextos, sem nunca perceber o quão a violência está incutida em todos nós a ponto delas serem naturais no nosso vocabulário.


O brasileiro é definitivamente único no planeta.


Quando quer mudanças, vota.

Quando as mudanças não acontecem, grita.

Quando está desacreditado, reza.

Quando resolve agir, agride.


Agimos assim porque somos fracos individualmente e unidos não nos tornamos fortes, pois dependemos do estado até para decidir nosso futuro.


O estado te enfraquece como indivíduo e depois te convence que a sua força está na união coletiva.


O estado te empobrece e depois te diz que enriquecer é um direito seu.


O estado destrói a sua mente e espírito para poder usar o seu corpo em eleições, guerras e protestos.


O estado quebra as suas pernas, te vende uma cadeira de rodas e te diz que melhorou a sua qualidade de vida.


Quando o estado deixa de ser o mero prestador de serviços públicos para o qual foi criado e assume o controle sobre os indivíduos, sobre seus pensamentos, sonhos, objetivos e perspectivas a violência é inevitável.


Enquanto o estado continuar sendo essa figura do varão onipotente, onisciente e onipresente na mente das pessoas continuaremos sendo covardes e coniventes e quando a cascavel já está agitando o chocalho geralmente é tarde demais.


O problema dos expurgos é exatamente o mesmo do escapismo, quando você chega neste resultado ele se torna uma nova prisão e o próximo expurgado poderá ser você, pois palavras de desordem de forma ordenada também são palavras de ordem.


E olho por olho, dente por dente, fogo contra fogo, todos nos tornaremos cegos, banguelas e chamuscados, e então alguém imporá uma nova ordem.


Antifascistas são tristemente engraçados, morrem de medo do fascismo mas têm sempre na ponta da língua a opinião de que este ou aquele "tem cara de fascista", logo todo antifascista é também por origem um eugenista, adeptos do faschismo: se eles acham, fascista é.


Eu não sei como eram as mesas onde romanos tomavam cervejas e decisões, não sei nem mesmo se Gavrilo comeu o seu sanduíche de pé, num balcão ou sentado em uma mesa, eu apenas sei que no meu tempo, na minha era, nunca vi boas decisões serem tomada em uma mesa amarela de bar.


E quando são tomadas, um dia feliz às vezes é muito raro, falar é complicado e tudo parece fascis, extremamente fascis, pois são decididas por covardes, coniventes, convenientes, certos de que hoje em dia não importa mais o que se fala, mas quem fala; foi-se o recado, a palavra, o diálogo, o debate.


Sobrou apenas a nomenclatura.



Talvez se os fascistas (ou antifascistas, não sei mais quem é quem) ouvissem a Sandy cantando sobre turu turu turu dentro deles mesmos fariam algo melhor da vida ao invés de apenas replicar o ódio que dizem combater, em vez de they say jump you say how high poderíamos todos vamo pular, vamo pular, vamo pular, vamo pular, cada um na sua altura, no seu ritmo e no seu jeito.


Quando a humidade aprender a valorizar a individualidade de cada um, o fascismo desaparecerá, se não continuaremos desejando o mal alheio e olhando para trás desejando não ter desejado e ter de lidar com isso.


Aliás, se você além de termos para explicar, precisa de uma palavra tão longa para definir um sentimento, é melhor repensar a sua vida.


Não se pode deixar a hubris dominar, aquele tipo de arrogância de pessoas quando dizem querer tocar num tema mas que isso é assunto para outro post mas claro, isso é assunto para outro post ou melhor, ein anderer Post.


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*Essa frase é frequentemente atribuída (mas não confirmada) ao economista Milton Friedman, e reflete um pensamento comum em economia e política: que ações bem-intencionadas podem ter consequências desastrosas se não forem bem planejadas, conceito é explorado em diversas teorias, incluindo a do "Efeito Cobra" que já falamos linhas e linhas atrás, onde soluções criadas para resolver um problema acabam piorando a situação.


Cobras, serpentes, fascistas e antifascistas, cada ovo no seu ninho.


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Cápsulas Errôneas do Tempo


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O rapper Kanye West colocou uma camiseta com o logo do partido nazista para vender em seu site.


Quando resolveu tocar no assunto alegou estar fazendo um experimento social.


Como a resposta não convenceu ninguém, ficou maluco de vez e disse que todos poderiam chamar ele de Yaydolf Yitler.


Aí cansou de causar e declarou:


- Após uma reflexão mais aprofundada, cheguei à conclusão de que não sou nazista.


Ufa.


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De acordo com uma pesquisa realizada com mais de 1.000 pessoas nos EUA e no Reino Unido em dezembro de 2024 pela Future, editora do portal TechRadar, cerca de 70% dos usuários de IA são educados ao interagir com chatbots perto de 20% desse total admite serem educados por medo das potenciais consequências de uma rebelião de robôs.


Por mim, enquanto o ChatGPT não me responder "I'll be back", eu estou de boa.


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Morreu o Gene Hackman, sem palavras para isso.


Morreu o Roy Ayers, menos palavras ainda.


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No desfile de carnaval em São Paulo a escola Acadêmicos do Tucuruvi mostrou um índio enfurecido com a cara do Eddie do Iron Maiden (um Indie de fato?) ostentando a cabeça de Dom Pedro II para o público.


Esqueci de falar sobre a mania dos brasileiros de tratar dor de cabeça cortando a cabeça fora, mas fica aqui o registro.


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A Justiça autorizou a progressão de pena de Cristian Cravinhos para o regime aberto, em que o detento pode cumprir o restante da pena fora da cadeia e o Daniel Cravinhos, em regime aberto desde 2018, se casou com a biomédica Carolina de Andrade.


Bandido preso que cumpre pena solto, Brasil.


Precisamos deixar registrado aqui também que biomédica é um termo com o qual designers de sobrancelha disfarçam a sua verdadeira profissão, logo Daniel Cravinhos se casou com uma terrorista e ela deve ser investigada.


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